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TRAMA GOLPISTA

Anderson Torres usa tornozeleira eletrônica ao prestar depoimento no STF sobre trama golpista

Tornozeleira é usada por Torres por decisão do ministro Alexandre de Moraes

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres apareceu usando uma tornozeleira eletrônica ao ser interrogado como réu da trama golpista no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira. O aparelho foi colocado dentro da meia usada por ele e ficou visível durante seu depoimento. 

A tornozeleira é usada por Torres por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou o cumprimento de medidas cautelares após a soltura dele, em 2023. Ele foi preso janeiro daquele ano e ficou detido por quatro meses por suspeita de omissão durante os atos de invasão à sede dos Três Poderes no 8/1, na época enquanto secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF).



Em depoimento à Primeira Turma do STF nesta terça-feira (10), ele também foi questionado sobre a acusação de que teria pedido à delegada da PF Marília Ferreira Alencar, então diretora da Inteligência da pasta, para produzir relatórios com os resultados de municípios em que Lula havia tido mais de 75% dos votos.

O documento seria usado em um policiamento politicamente direcionado por parte da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022. Ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, Torres disse que o projeto foi iniciativa de Marília e que foi descartado "de imediato".

A versão de Torres contradiz as provas colhidas pela Polícia Federal e que constam na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

— Cabe à diretoria de inteligência fomentar essas discussões no âmbito de segurança pública no Ministério da Justiça. Após o primeiro turno das eleições, a doutora Marília produziu alguns BIs que traziam uma métrica de 75% de votos dos candidatos, aqueles que fizeram mais de 75% dos votos em alguns estados brasileiros versus o partido político do prefeito, como se isso fosse um indício de crime eleitoral, de compra de votos, nesse sentido. Eu entendi naquele momento que aquilo não representava um indício, nunca tinha visto essa métrica, era normal que em alguns locais um determinado candidato fizesse mais de 75% dos votos. Isso foi de imediato descartado porque eu não entendi que seria um indício de crimes eleitorais — ele afirmou.

 

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