Defesa de Braga Netto pede fim de prisão preventiva após fase de interrogatórios da ação do golpe
Defesa alega de que foi encerrada nesta terça a fase de instrução processual, o que colocaria por terra a necessidade de uma prisão preventiva
A defesa do general Walter Braga Netto pediu a revogação da prisão preventiva do militar nesta terça-feira, após o ex-ministro da Casa Civil durante o governo de Jair Bolsonaro ter prestado depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Preso desde dezembro do ano ado, Braga Netto alega, por meio da sua defesa, que tem colaborado em relação ao processo que investiga uma tentativa de golpe de estado. Também há a alegação de que foi encerrada nesta terça a fase de instrução processual, o que colocaria por terra a necessidade de uma prisão preventiva.
"Diante de todo o exposto, ratificando os pedidos já submetidos ao Supremo Tribunal Federal e especialmente diante da atual situação fático-processual de encerramento da instrução desta ação penal, requer-se a revogação da prisão preventiva imposta ao General Braga Netto, ainda que com a imposição de medidas cautelares alternativas", diz o pedido.
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Em seu depoimento, Braga Netto afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu ao relatar que o financiamento ao plano golpista foi discutido em uma reunião com kids pretos em seu apartamento.
— O tenente-coronel Cid faltou com a verdade. Foi uma visita de cortesia — disse Braga Netto.
Braga Netto disse que Cid pediu para levar os dois integrantes das Forças Especiais, a quem não conhecia, em seu apartamento, pois os militares gostariam de conhecê-lo.
O ex-ministro negou também que tenha reado dinheiro um uma caixa de vinho a Cid, supostamente para financiar a ofensiva antidemocrática. Segundo Cid, a verba foi reada por empresários do agro.
— Isso não corresponde à realidade. Eu não tinha contato com empresários, então não pedi dinheiro e não entreguei dinheiro para ninguém. Os empresários estavam mais interessados no Bolsonaro do que em mim — disse Braga Netto, negando também que tenha participado ou ouvido falar de um plano para ass autoridades.
Entenda o caso
O interrogatório ocorre no âmbito da ação penal que avalia se Bolsonaro e outros sete réus, o chamado "núcleo crucial", planejaram um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula no fim de 2022. Eles são acusados dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.